quinta-feira, 9 de junho de 2011

MINIMALISMO NO BRASIL


Franz Weissmann
“Grande Flor Tropical”
No Brasil, o minimalismo não teve grandes influências, mas, baseado em suas fases,
Franz Weissmann, ao ver uma flor abrir-se, iluminada por uma lâmpada, começou a observar atentamente a forma de suas pétalas estreitas e longas, com uma leve dobradura, uma discreta “cantoneira”. A partir daí surgem as “flores” geometrizadas, compostas de dobras no aço, retilíneas ou diagonais, em quadrados ou retângulos. Para ele, não são esculturas figurativas, nem uma abstratização da flor: apenas uma recriação livre, signo e símbolo da flor. Franz procurava rigor matemático e precisão geométrica nas relações das proporções e na configuração dos elementos modulares. O artista queria que, ao observar as obras, as pessoas pudessem percorrer seu espaço interno, ver e sentir de perto suas formas.

A semelhança com certas flores dos trópicos, dobradas, vigorosas e vermelhas, unidas em estranhos arranjos, motivaram Weissmann a dar-lhe o nome de “Grande Flor Tropical”, homenageando a América Latina.
A flor é formada de 5 cantoneiras em agudas diagonais. Apoiada em três partes, a escultura flutua. Lançando suas “pétalas” (as cantoneiras) em várias direções, a grande “flor” projeta-se no espaço, adquirindo aparências diversas de cada ângulo em que é observada.
 A intenção de Weissmann foi causar “um grito ecológico”. Um alerta para a necessidade de preservação das últimas grandes florestas da Terra, as tropicais, pelas razões já tão divulgadas e muitas vezes não ouvidas.”



Franz Weissmann Áustriaco, veio para o Brasil com a família aos dez anos. Desde 1942 dedicou-se à escultura figurativa, participando dos Salões Nacionais. Em 48 iniciou-se no abstracionismo e na geometrização da figura. De 1948 a 56 integrou-se à Escola de Arte Moderna de Belo Horizonte, criada por Guignard, ensinando escultura e desenho de modelo vivo. Participou, no Rio, a partir de 1951, das atividades concretistas e da formação do Grupo Frente. Em 1958-59 aderiu ao movimento Neoconcreto. Entre 1960-65 viajou pela Europa e Extremo Oriente, a partir daí, residindo em Paris, Roma e Madrid, desenvolvendo uma fase nova, expressionista, de chapas de metal amassado. Em 1965 voltou ao Brasil, retornando pouco depois ao construtivismo.Realizou exposições individuais na Europa e em capitais brasileiras. Participou de várias mostras nacionais e internacionais de arte construtiva nos anos 60 a 80 e de outras coletivas no exterior, como as Bienais de Veneza: 32ª/1964 e 36ª/1972, esta com Salas Especiais e grandes esculturas nos jardins; e a 11ª Bienal de Escultura ao Ar Livre do Museu de Middelheim, em Antuérpia, Bélgica. Figurou em várias Bienais de São Paulo, com Sala Especial, na 8ª/1965 e participação na Sala Especial “Em Busca da Essência”, na 19ª/1987. Obras sua figuram em Museus, Instituições Culturais, coleções particulares, edifícios empresariais. Suas peças de grandes formatos podem ser encontradas em espaços públicos de várias cidades do Brasil.


Integração das Artes, edição Memorial da América Latina, São Paulo, 1990,

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